Quantos amores?! S
erá mesmo que amei, seria uma forma de tentar
preencher esse vazio em mim, essa solidão desesperadora, esses momentos em que
fiquei naquele quarto quase enlouquecendo na Cia dos livros de romance que me
faziam viajar e idealizar amores que até então pareciam impossíveis pra mim,
mas essa ideia foi-se junto com muitas coisas que me faziam mal, permiti sair
daqueles dias frustrantes, com lágrimas, momentos amargos, sozinho, hoje não
quero lembrar daqueles homens, meninos ou moleques, o que me feriu com
palavras,com atitudes das mais inimagináveis, o menino que não correspondeu as
minhas intenções, minha paixão, esse rapaz que me confundiu tudo, me fez perder
a cabeça e o controle, bem que poderíamos viver momentos loucos, bem que eu
poderia ser seu porto seguro, mas não sei, não consigo entender o que se passa
dentro dele, tudo é uma incógnita quando trata-se dele, e prefiro agora pausar
esses pensamentos, esse sentimento que embora sem culpa muito machucou meu ser. Agora estou aqui olhando o mar, sozinho, tão
bem comigo, uma paz, aquela paz que há tanto desejei, minha cabeça não está
mais sobrecarregada de pensamentos que até ontem me afligiam o ser, meu doce
coração está em paz longe de toda aquela turbulência que não sei até quando,
ausentou-se, agora desconheço a mim mesmo, aquela sensação de solidão foi-se
embora, e incrivelmente sinto-me bem, muito bem, longe de pensamentos
vãos. Sinto que desviei o olhar, olho
pra mim, e estou tão bem, tão amado, depois do meu amor próprio ainda tenho o
amor dos meus e tantos ideais, que posso querer agora quando finalmente me
encontrei, onde encontrei respostas para muitas coisas, no momento quero poder
viver tudo isso, viver os dias, as noites, ousar, sorrir, fazer bobagens, e
talvez apaixonar por um homem, um homem de verdade, que me olhe além da beleza
exterior e veja o quanto sou rico por dentro, ele que olhe e me deseje e me
admire, que não seja tão maduro e nem tão bobo, que faça comigo momentos
especiais sem preço e sem pressa, que ouse fazer amor onde der vontade, do
escuro da noite a luz do meio dia, e que o sexo seja o último, que antes venham
caricias, beijos, amasso, olhares cheios de cumplicidade, um aperto de mão, um
cheiro, sem perceber com tudo isso fazemos amor. Não, não quero o homem
perfeito, apenas idealizo, o quero com defeitos, mas se quiser me surpreender é
permitido, se quiser entregar um bilhete no cinema, mandar flores (rosas
vermelhas), me falar obscenidades, me fazer sentir completo, por que não?! Todas
as coisas boas são permitidas, até as mais loucas, mas não tenho mais pressa,
deixarei fluir, até por que tenho muitas noites com amigos, algumas vodcas a
tomar, muitos risos, quem sabe o encontre na pista da boate, quem sabe ele
esteja no sinal?! Não sei, todos eles que passaram em minha vida foram a ponte
para que eu mesmo me encontrasse.
Pensamentos loucos esses meu, tão bom estar aqui apreciando a beleza do
mar, sem celular, sem horas, sem preocupação, enquanto lá atrás tudo está
aquela correria, aquele barulho ensurdecedor, enquanto aqui estou pensando em nada além de mim, grato por todas
as pessoas, as que me feriram, machucaram tanto o ego, por que não fossem esse
empurrão quem seria hoje? Sou alguém, tenho a delicadeza de uma dama, o drama
de uma mulher, fui o drama, tenho beleza
do coração de uma criança, sou a ferocidade de um homem, tenho força, tenho
voz, tenho o coração também meio endurecido, mas ainda choro, as vezes pra
limpar o ser, sou tudo, mas não permito mais que me façam pensar que não sou
nada. Não permito ninguém mais rasgar-me o interior, fazer-me gritar de dor,
tudo agora é outra coisa, não outra vez, outra visão, um outro tipo de amor,
amor meu.
Toda a inspiração em Gorete Alencar com a música Crazy de
Seal.
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